Vem Dom Antônio Trindade num trono de pêlo e patas
Numa Gateada monarca, crioula lá da fronteira
Escorando na soiteira a culatra desta tropa
Sombreiro baixo de copa, que linda estampa torena
Quem orquestrou o destino sobre o compasso de um basto
Farejando céu e pasto nos setembros de potreadas
Sovando léguas e estradas entre tropeadas e domas
Taureando a sorte gaviona nos encontro da gateada
Hay qye sacar o sombreiro à Dom Antônio Trindade
Quem for gaucho de verdade, e grongueiro na estampa
Imagem bugra da pampa, um torena em campo aberto
Tenteando o destino incerto no rumo de casco e guampa
Quem avistar Dom Antônio na testa da comitiva
Verá a história mais viva, deste garrão brasileiro
Mescla de monge e campeiro, um centauro lusitano
Como diria o Caetano, o payador missioneiro
Quem largou pesos de tropas no velho Santa Maria
Escutando a melodia mareteando na carona
E o sonido da cordeona, por algum pouso de tropa
Onde o mate segue a volta, ritual de fogo e cambona